Superando Traumas e Reconstruindo Relações com um Pai Dependente Químico
A experiência de crescer sendo filha de um dependente químico, e ausente. 
Da minha infância, lembro apenas da ausência, promessas não cumpridas, e de ter que evoluir emocionalmente para lidar com o fato de que meu pai não era presente em minha vida, meu amadurecimento foi precoce, meus sentimentos reprimidos, e uma grande dificuldade em expressar vulnerabilidade, ao longo dos anos, me lembro apenas da ausência, de não entender porque meu pai “não me queria”, tive momentos em que me culpei, tive momentos que não me culpei mais, e sim ao meu pai, havia raiva, frustração e saudades, e ainda sim das poucas vezes que o via, sempre enfrentava esperança, e a decepção logo em seguida, depois disso teve muita ausência de ambas partes, grande parte de mim se fechou, com medo de ser machucada novamente, depois de um tempo, fui notificada que o mesmo estava em uma clínica, e me perguntaram se eu gostaria de tentar contato novamente, que o ajudaria muito, por um momento, eu pensei em negar, afinal de tantas vezes que eu precisei dele e ele nunca esteve lá por mim, por que eu ajudaria agora? mas uma pequena parte de mim, queria que ele melhorasse, então aceitei, mesmo sendo difícil pra mim, foi assim que eu comecei a enxergar tudo com outros olhos, que a dependência química não era uma escolha, e sim uma condição onde o indivíduo não conseguia se tornar incapaz de resistir ao uso da substância, depois disso, tive mais empatia,ainda sim com traumas e dores, mas empatia e esperança, e com isso, fomos construindo um caminho, levou anos, mas hoje por meio de vários desafios, criamos uma relação, que ainda é trabalhada, mas onde traumas são possíveis ser superados, e sempre, com a busca por um futuro diferente…
 
								
 
								